Testes de função da tireóide

A tireoide produz os hormônios T3 e T4, que atuam no metabolismo de nosso corpo. A glândula hipófise, por sua vez, produz o TSH, que estimula o desenvolvimento da tireoide e também a produção do T3 e do T4. Estes últimos, por sua vez, inibem a produção do TSH. Com isso, ocorre, em condições normais, um equilíbrio nos níveis dos hormônios da tireoide.

Todos esses hormônios citados podem ser dosados no sangue e, com isso, confirmar o diagnóstico de alguma alteração de função da tireoide. De uma forma geral, podemos dizer que eles funcionam com uma gangorra:

– No hipotireoidismo, os níveis de T3 e de T4 estão baixos, enquanto o TSH está elevado – é a chamada tireóide “preguiçosa”;

– No hipertireoidismo, em que a função da tireoide está elevada, ocorre o oposto, isto é, T3 e T4 elevados e TSH rebaixado ou suprimido.

Entretanto, é importante lembrar que o TSH é o primeiro hormônio a alterar nas disfunções da tireoide, sendo sua dosagem no sangue um teste altamente sensível. Quando somente o TSH está alterado, com T3 e T4 normais, estamos diante da doença subclínica ou laboratorial:

– Hipotireoidismo subclínico: TSH aumentado, com T3 e T4 normais;

– Hipertireoidismo subclínico: TSH suprimido, com T3 e T4 normais.

É importante lembrar que, mesmo em pessoais ditas “normais”, ocorre uma variação nos níveis dos hormônios que, se forem dosados em momentos diferentes, podem apresentar uma certa variação. Até por essa razão, quando, em exames laboratoriais de triagem, feito de rotina, detecta-se apenas uma alteração discreta do TSH, antes de iniciar qualquer tratamento, é conveniente repetir a dosagem, para confirmar a variação da normalidade.

A maior parte dos hormônios T3 e T4 está ligada, em nosso sangue, a certas proteínas. A pequena parte que não está ligada é chamada de “livre”. Portanto, além do T3 total e T4 total, podemos dosar o T3 livre e o T4 livre no plasma. De fato, como essa porção livre é a que efetivamente está atuando em nosso organismo, é mais útil fazer a sua dosagem do que a dosagem total.

Pode-se considerar que, com a medida no plasma do TSH e do T4 livre, é possível ter uma boa ideia das condições hormonais do paciente quanto à tireoide.

A glândula tireoide pode levar o sistema imunológico do organismo a produzir anticorpo contra si mesma. Portanto, outra dosagem sanguínea muito importante é a dos anticorpos anti-tireoidianos. São eles os anticorpos anti-tireoglobulina e anti-tireoperoxidase. Eles costumam estar aumentados nas tireoidites (processos inflamatórios crônicos da tireoide) crônicas, como a tireoidite de Hashimoto, muito comum entre mulheres acima dos 40 anos e que é a principal causa do hipotireoidismo.