Nódulo da tireoide: quando suspeitar de câncer

Nódulos (caroços) são muito comuns na tireoide. O câncer de tireoide é bem menos frequente, no entanto, ele já aparece entre os 5 mais encontrados entre as mulheres. Normalmente, o câncer da tireoide apresenta-se como um nódulo e é importante reconhecer os nódulos que sejam suspeitos, para que se faça o diagnóstico precoce e o tratamento adequado, que é a extirpação da glândula ou tireoidectomia. É importante salientar que a grande maioria dos pacientes é curada com o tratamento correto, a ponto de algumas pessoas chamarem o câncer da tireoide de “câncer bonzinho”.

 

ASPECTOS CLÍNICOS

Em algumas situações, o nódulo de tireoide deve ser investigado com maior cuidado, por exemplo: quando está presente em extremos de idade (crianças e idosos), se ocorre em homens, se apresenta um ritmo de crescimento acelerado e se, do mesmo lado do nódulo, há linfonodos (ínguas) aumentadas.

 

ULTRASSOM

A ultrassonografia é um método de baixo custo, seguro, não invasivo, que não expõe o doente à radiação e seu resultado é imediato. É um ótimo método para detectar nódulos e também para fazer o acompanhamento periódico nos casos em que não é necessário fazer a operação. É essencial que seja feito por um profissional qualificado e experiente.

Alguns achados do ultrassom permitem suspeitar que um nódulo possa ser um câncer, especialmente quando, junto com o exame convencional, é feito o Doppler colorido. O Doppler permite avaliar a vascularização de cada nódulo e isso pode levantar dúvida sobre a sua natureza.

 

PUNÇÃO-BIÓPSIA

A PAAF (Punção Aspirativa por Agulha Fina) permite colher material de dentro de um nódulo duvidoso para que o patologista avalie se é um câncer ou se há suspeita disso. Atualmente se prefere puncionar a tireoide sob o auxílio do ultrassom. Isso faz o procedimento ser preciso e seguro. É o método considerado mais específico para dizer se um nódulo de tireoide é câncer. O fato de ser guiado pelo ultrassom possibilita puncionar nódulo que não são sequer palpados clinicamente. Esse fato tem levado ao achado de tumores bastante iniciais.

O carcinoma papilífero é o câncer mais comum da tireoide – 80 a 90% dos casos. Como as células e seus núcleos estão alterados, na maioria das vezes, a PAAF conduz ao diagnóstico correto.

O segundo câncer mais comum é o carcinoma folicular – cerca de 10% e aqui há uma limitação: a PAAF, hoje em dia, ainda não permite fechar seu diagnóstico. Na verdade, a PAAF costuma revelar, nesses casos, o chamado “padrão celular folicular” e isso levanta a dúvida de malignidade. Na classificação correntemente empregada, a de Bethesda, vem classificada como grau III. Trata-se de uma condição em que se pode aguardar e repetir a avaliação por ultrassom e por PAAF após 4 a 6 meses ou ainda indicar imediatamente a operação. É importante, para a tomada da decisão, considerar os outros fatores de risco envolvido e conversar cuidadosamente com o paciente sobre as opções e riscos.