Conheça as complicações da tireoidectomia

A operação da glândula tireoide é um procedimento considerado bastante seguro. É realizada rotineiramente pelo cirurgião de cabeça e pescoço. A propósito, dentre as glândulas endócrinas, a tireoide é aquela mais frequentemente submetida a tratamento cirúrgico.

Todas as operações são passíveis de riscos e complicações e a extirpação da glândula tireoide – tireoidectomia – não é exceção.

Inicialmente, todos os pacientes que vão para uma cirurgia sob anestesia geral devem ser adequadamente preparados. Têm maior risco os pacientes que apresentem outras condições, como: diabetes, hipertensão arterial, asma e enfisema pulmonar, etc. Além disso, idade avançada representa risco adicional. Assim, cuidadosa avaliação pré-operatória é essencial para minimizar riscos.

 

ROUQUIDÃO

Lateralmente à traqueia, de ambos os lados, passa o nervo laríngeo recorrente, que é responsável pela movimentação das pregas (ou cordas) vocais direita e esquerda. Às vezes, em caso de câncer, ocorre comprometimento desse nervo. O paciente já pode apresentar-se com rouquidão à primeira consulta. Ainda, para a completa retirada do tumor, o sacrifício do nervo pode ser necessário. Entretanto, habitualmente deve-se preservá-lo e manipulá-lo com todo o cuidado durante a operação. Mesmo nas mãos de experientes especialistas, pode acontecer lesão do nervo. Muitas vezes, todavia, a lesão é temporária, por conta da dissecção do nervo, que pode ser trabalhosa.

 

ALTERAÇÃO DA EXTENSÃO VOCAL

Outro nervo que passa muito perto da tireóide, próximo ao seu pólo superior, é o ramo externo do nervo laríngeo superior. Esse nervo é responsável pela emissão de sons agudas. Em profissionais da voz, lesão desse nervo pode ter impacto significativo.

 

QUEDA DO CÁLCIO

Junto à parte posterior da tireoide ficam as glândulas paratireoides. Em geral, são em número de quatro, ficando duas de cada lado. Cada uma tem o tamanho de um grão de feijão e o aspecto visual de gordura. Se forem retirada, às vezes, por necessidade, em casos de câncer ou mesmo acidentalmente, como consequência, os níveis de cálcio no sangue podem cair. Tireoides muito volumosas ou na vigência de hipertireoidismo (doença de Graves) são de risco maior. Na maioria das vezes, essa complicação é temporária, mas pode ser definitiva. O tratamento consiste na reposição de cálcio por via oral. Às vezes, nos primeiros dias de pós-operatório, é necessária a reposição de cálcio intravenosa e, inclusive, a re-internação do paciente para melhor controle da situação. A queda do cálcio pode manifestar-se desde por formigamento em dedos e extremidades até, em situações extremas, alterações cardíacas que podem levar à risco de vida.

 

QUELOIDE

É uma cicatrização hipertrófica. Por mais estético que seja o trabalho do cirurgião, quem tem tendência a queloide terá uma cicatriz grossa e avermelhada. O risco é maior entre pessoas de raça negra, podendo ainda ocorrer entre descendentes de mediterrânicos.