As doenças da glândula tireóide
A tireoide é uma pequena glândula localizada na base do pescoço, anteriormente, com massa que varia de 15 a 20 gramas. Ela produz hormônios que são essenciais para o crescimento e o metabolismo (T3 e T4), que regulam todas as funções do organismo.
As doenças da tireoide são de 5 a 8 vezes mais comuns entre as mulheres do que entre os homens. Podemos dividir tais doenças em dois grupos:
1) Alterações de função:
– Hipotireoidismo: a tireóide tem pouca atividade e produz menor quantidade de hormônios;
– Hipertireoidismo: ocorre produção excessiva dos hormônios.
2) Alterações morfológicas:
– Tireoidite: processo inflamatório, na maioria das vezes crônico (tireoidite de Hashimoto), levando ao hipotireoidismo;
– Bócio: é todo aumento da glândula, podendo ser:
> Difuso: a glândula toda está aumentada; isso ocorria mais frequentemente em áreas com carência de Iodo na dieta, especialmente regiões distantes do mar, como em alguns estados brasileiros. Contudo, com o iodinização do sal de cozinha (adição de Iodo no sal utilizado em casa), o chamado “bócio endêmico” praticamente inexiste no Brasil;
> Nodular: nódulos (caroços) na tireóide são bastante comuns;
> Câncer: manifesta-se, habitualmente, como se fosse um nódulo, devendo ser diferenciado para que se possa instituir o tratamento adequado, normalmente a extirpação cirúrgica da glândula.
SINAIS E SINTOMAS
No hipotireoidismo, podem ser encontrados: bradicardia (batimentos cardíacos lentificados); ganho de peso (ou dificuldade de perda); diminuição do apetite; fadiga; sonolência; fraqueza muscular; intolerância ao frio; pele seca e grossa; diminuição da memória e raciocínio lento; discreta depressão; diminuição do ritmo de funcionamento intestinal; e aumento do volume anterior do pescoço.
No hipertireoidismo, são descritos: taquicardia (aumento dos batimentos cardíacos), podendo chegar à arritmia cardíaca; tremores de extremidades, como nas mãos; fraqueza muscular; perda de peso, apesar do aumento do apetite; agitação, ansiedade e insônia; intolerância ao calor e sudorese (suor) excessiva; aumento do ritmo de funcionamento do intestino; alterações oculares, como olhos saltados (na chamada doença de Graves, que é a causa mais comum de hipertireoidismo); e aumento do volume anterior do pescoço.
Uma das situações mais importantes de detecção do hipotireoidismo é entre os recém-nascidos. O rastreamento é obrigatório, pois, no caso de hipotireoidismo congênito não detectado e apropriadamente tratado, pode advir o chamado cretinismo, caracterizado por retardo mental e de crescimento irreversíveis.
